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07/03/2017 às 19:30, Atualizado em 07/03/2017 às 15:33

NOVA ANDRADINA: Urologista esclarece mitos e verdades sobre o tereré

Bebida típica de Mato Grosso do Sul traz diversos benefícios, mas deve ser evitada em alguns casos; confira

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Para Gustavo Battistetti, moderação é a chave.Foto - Santi Comunicação

Seja pela cultura ou pelo clima, o tereré segue – e deverá continuar – como uma das bebidas mais consumidas em Mato Grosso do Sul. Mas até que ponto você sabe quais são as verdades e os mitos que rodeiam o costume herdado dos povos indígenas?

De acordo com o médico urologista Gustavo Battistetti, de Nova Andradina (MS), é verdade que a bebida traz diversos benefícios à saúde, como as propriedades hipocolesterolêmica (que abaixa o nível de colesterol) e hepatoprotetora (proteção para o fígado).

“A literatura científica também nos mostra que o tereré é um estimulante do sistema nervoso central, é diurético, antioxidante, protetor do sistema cardiovascular e anticancerígeno, além de auxiliar no emagrecimento devido a sua ação estimulante do metabolismo”, ressaltou o especialista.

Segundo o urologista, há muitos rumores negativos a respeito da relação do tereré com pedras nos rins, mas a questão precisa ser mais bem avaliada. “Ao tomar tereré estamos ingerindo grande quantidade de água, o que é essencial para pessoas que sofrem de cálculos renais”, esclareceu.

Além disso, a adição de limão à bebida, hábito comum em Mato Grosso do Sul, também ajuda no combate aos cálculos renais, pois a fruta contém grande quantidade de citrato. “Isso ajuda na prevenção de quase todos os tipos de cálculos renais e, particularmente, em relação ao cálculo de ácido úrico. O citrato demonstrou-se capaz até mesmo de dissolvê-lo ao alcalinizar a urina”, revelou Battistetti.

Restrições

Em contrapartida, o tereré contém oxalato, o que poderia induzir à formação de cálculos, principalmente em um grupo de pessoas que formam cálculos devido a um distúrbio chamado hiperoxalúria (aumento do oxalato na urina), que é detectado através de exame de urina solicitado para pacientes que sofrem de cálculos repetidamente. “Portanto, devido a esses fatores, recomenda-se que pessoas com repetidas crises de cólicas renais também moderem o consumo”, alertou.

“O mate também deve ser evitado por pessoas com cistite de repetição, síndrome da bexiga dolorosa e homens com sintomas da hiperplasia prostática (aumento da próstata), pois pode desencadear desconforto, ardência ao urinar e aumento da frequência urinária devido ao efeito diurético e irritativo ao trato urinário”, complementou o urologista.

Tereré X câncer

Sobre a relação do alto consumo do tereré com o aparecimento de alguns tipos de câncer, como os de orofaringe, esôfago, laringe, rim e bexiga, o medicou afirmou que, a princípio, acredita-se que este efeito não seja causado pela erva em si, mas sim pelos contaminantes que podem estar presentes no mate processado e/ou, no caso do chimarrão, à alta temperatura em que algumas pessoas consomem.

“Assim, a tecnologia de pós-colheita, especialmente o processo de secagem, necessita ser aprimorada para eliminar completamente esses contaminantes. Adicionalmente, um bom controle de qualidade, incluindo testes analíticos completos, torna-se imperativo para garantir a segurança da erva”, opinou.

Moderação é a chave

Enquanto novos estudos não apontam para outros eventuais malefícios do tereré, Gustavo Battistetti indica o consumo moderado. “O uso moderado do mate, menos que um litro por dia, é aconselhável e parece não estar relacionado com um significante aumento no risco de câncer”, esclareceu.

Já outras implicações ocorrem devido ao alto teor de cafeína da erva, podendo causar reações adversas como: gastrite, insônia, ansiedade, arritmias cardíacas e até hipertensão. “Por isso deve ser evitado ou consumido com muito critério por pessoas que sofrem com esses problemas”, concluiu o urologista.

Fonte - Santi Comunicação

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