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23/03/2017 às 06:58, Atualizado em 22/03/2017 às 22:01

Jovem teria vida ''bancada'' por esteticista e em troca daria filha recém-nascida

Plano entre as mulheres foi descoberto um dia após o nascimento da bebê.

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Delegada Marília Brito falou sobre o caso na manhã desta quarta-feira - Bruno Henrique/Correio do Estado

Depois de carregar a filha durante nove meses no ventre, passar por dificuldades comuns em gestações e sofrer dores do parto, jovem, de 27 anos, tinha intenção de se desfazer da recém-nascida. Em troca, teria a ''vida bancada''. De um lado a auxiliar de serviços gerais e do outro uma esteticista, de 37 anos, que estava disposta a gastar o que fosse necessário para adotar de maneira ilegal a criança.

O plano entre as duas moradoras de Campo Grande, que estava prestes a ser colocado em prática, chegou ao conhecimento da polícia quando a menina ainda estava na maternidade onde nasceu, na madrugada entre sábado (18) e domingo (19).

Em entrevista à reportagem, a delegada Marília Brito, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), comentou que soube do caso na segunda-feira, um dia depois do nascimento da menina.

“Na maternidade, encontramos a esteticista que, por meio de denúncia, soubemos que receberia a recém-nascida. Ela estava como acompanhante da jovem. Em conversa com as duas, descobrimos que elas se conheciam há apenas dois meses. Essa informação nos chamou atenção. Afinal, esse é um momento íntimo em que as mulheres querem alguém da família por perto. Não uma pessoa que recém conheceu”, comentou a autoridade policial.

MAIS INDÍCIOS

Ainda na segunda-feira, a jovem recebeu alta médica e foi encaminhada, juntamente com a esteticista, à delegacia para formalização dos depoimentos. Enquanto eram interrogadas, policiais foram até a casa de ambas e mais indícios surgiram de que a criança, realmente, seria negociada. “Na casa da mãe não encontramos nada de gestante. Não havia móveis, nem roupas para a criança. Já na residência da esteticista tinha berço, enxoval, banheira”, citou a delegada Marília.

No decorrer da investigação, descobriu-se também que há dois meses, antes de conhecer a esteticista, a jovem morava no Bairro Tiradentes. Depois, mudou-se para perto da mulher que supostamente entregaria a filha, no Coophatrabalho. “Ao que tudo indica não haveria pagamento em dinheiro. Essa mudança teria sido paga pela esteticista, o aluguel que é bem mais caro que o da casa onde a jovem morava seria pago por essa mulher, assim como algumas contas particulares da mãe já tinham sido pagas. Portanto, a suspeita é que a recém-nascida seria trocada por benefícios”, complementou Marília.

NEGARAM

Inicialmente, as duas negaram a intenção em negociar a menina, mas depois a jovem confessou que ''daria'' a filha para ser cuidada pela esteticista. “A jovem tem um filho de quatro anos e, apesar de simples, não aparentava viver em más condições financeiras. Estamos investigando como de fato seria toda essa negociação”, pontuou a delegada.

Amigo em comum é que intermediou a amizade entre as duas mulheres e negou que soubesse da intenção entre elas. “Disse que apresentou elas porque a jovem reclamava que não teria como criar a filha e a outra mulher manifestou-se querendo ajudar. Porém, segundo ele, não sabia da entrega da menina”, argumentou Marília.

A menina seria filha de um homem com quem a jovem teve relação somente uma noite. Segundo a autoridade policial, a jovem tem convivente, mas não foi comprovado ele ter sido conivente ao crime de prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa, pelo qual as duas foram indiciadas. Ambas respondem ao processo em liberdade. Se condenadas, poderão pegar de um a quatro anos de prisão, além de terem de pagar multa.

Fonte - Correio do Estado

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