Estelionatário usa nome e foto de pecuarista para vender gado e leva R$ 127 mil

A Deleagro (Delegacia Especializada de Combate a Crimes Rurais e Abigeato de Mato Grosso do Sul) está investigando suposto crime de estelionato na compra de gado em que um produtor rural de Campo Grande perdeu R$ 127,5 mil após negociar com o criminoso, que se passou por um pecuarista famoso da região de Maracaju.

De acordo com o filho da vítima, Laner Meneses, o pai teria negociado com o pecuarista, que se apresentou como Rodrigo Gonçalves Rodrigues, a compra de 51 cabeças de gado de corte, que estavam na Fazenda São Carlos, em Corguinho.

“Conversamos com ele por telefone e fechamos negócio. Marcamos os bezerros com nossa marca e mandamos o caminhão buscar os bezerros. Estava tudo certo. Mas não deixaram a gente embarcar o rebanho. Liguei para o suposto vendedor que alegou que aguardava o nosso TED para liberar a nota fiscal e autorizar o rebanho para o frete”, explicou Laner.

O pai dele teria feito o pagamento por meio de TED (Transferência Eletrônica Disponível) para a conta do Mercado Pago, no nome de uma mulher. “O Rodrigo afirmou que a conta era da esposa dele. Depois do pagamento ele mandou uma foto do depósito falso do pagamento da nota fiscal. Ele fez com envelope vazio. Aí que fomos descobrir que o gado era do seu Antônio Carlos Santana, proprietário da fazenda”.

Após ir na delegacia da Polícia Civil de Corguinho, Laner recebeu orientação para buscar a Deleagro na Capital. Os fazendeiros receberam apoio da polícia para retirar o caminhão que ainda aguardava o transporte na fazenda.

“Fomos atrás e vimos que a conta era de uma mulher com residência em Cuiabá (MT). Ele estava vendendo mais 30 novilhas e queria que fizéssemos negócio por meio de um outro TED para outra conta de uma outra mulher. Aí vimos que estávamos caindo em um golpe. O delegado disse que é o segundo caso desse tipo que estão investigando”, relembra.

Chateado, Laner foi atrás de Rodrigo pessoalmente na manhã desta quarta-feira (28), em Maracaju. O empresário e produtor rural alega que foi surpreendido com a situação e denunciou à Polícia Civil da cidade o crime de falsa identidade.

A situação serve de alerta para produtores rurais que ainda fecham negócio da maneira antiga, por meio do ‘fio do bigode’, quando cumprem com a palavra. “Estão usando meu nome. Muita gente vem aqui em Maracaju e me conhece, porque também tenho frigorífico. Sou conhecido na região. Aí falam que é para o Rodrigo de Maracaju. Tem aquele negócio de interior ainda, de confiar. É isso que temos que tomar cuidado”, disse o pecuarista.

O estelionatário teria usado uma foto de Rodrigo que estava nas redes sociais e se passado por ele. “Eu nunca nem fui em Corguinho. Nem sei como é a cidade. No interior do Estado ainda impera a confiança e por isso é preciso muita cautela na hora de fechar negócios com pessoas que se apresentam em nome de terceiros”. A investigação de falsa identidade está nas mãos do delegado Pedro Luis Paiva Brandão.