Buscar

23/07/2017 às 11:01, Atualizado em 22/07/2017 às 22:23

Caso Moon: Instituto se recusa a periciar celulares de investigadores e leva ‘chamada’ de juiz

Existe suspeita que flambadores foram plantadas na caminhonete do empresário Adriano Correia do Nascimento, morto em dezembro.

O diretor do Instituto de Criminalística Estadual devolveu os aparelhos celulares pertencentes aos peritos criminais Karina Rébulla Laitart e Domingos Sávio Ribas, sem a realização das perícias requisitadas pela Justiça e acabou levando uma ‘chamada de atenção’ do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Os peritos do instituto alegaram serem suspeitos ou impedidos para fazer a análise dos celulares para a comprovação de possível fraude processual no caso que investiga o policial rodoviário federal Ricardo Moon. Ainda sugeriram que os aparelhos sejam entregues para a Polícia Federal.

No entanto, o magistrado entendeu que o instituto descumpriu uma ordem judicial e atrasou um processo de grande repercussão midiática. “Considero que a devolução dos aparelhos celulares em referência, sem a realização das perícias requisitadas por este Juízo, configura descumprimento de ordem judicial”.

O juiz lembra que a Polícia Judiciária responsável por auxiliar os trabalhos do Judiciário é a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, a qual o Instituto de Criminalística do Estado está vinculado/subordinado. Ou seja, a Polícia Federal não integra a Polícia Judiciária e não teria, em tese, que se envolver no processo.

“Caso os peritos específicos tenham se dado por suspeitos, de maneira motivada, e na forma da lei, para realizar os trabalhos acima, caberia ao Instituto de Criminalística providenciar de outra forma o atendimento da requisição judicial, até mesmo, se for o caso, com a busca de peritos ad hoc (contratados só para isso)”, avisa Carlos Alberto.

Com isso, o magistrado determinou uma cópia para a Delegacia-Geral da Polícia Civil e para a Coordenação do GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) do Ministério Público Estadual para que eles providenciem urgentemente o cumprimento das perícias.

Os celulares foram apreendidos porque a perita Karina afirmou, em audiência, que possuía conversas no aplicativo WhatsApp, onde o perito Domingos Sávio teria citado suposto interesse em alterar o resultado do laudo pericial, pois possuía amizade com o advogado de Moon, Renê Siufi. Existe suspeita que flambadores foram plantadas na caminhonete da vítima.

Relembre o caso

O empresário Adriano Correia do Nascimento foi morto a tiros durante a madrugada de 31 de dezembro de 2016, após uma briga de trânsito. Conforme a polícia, Ricardo estava discutindo com as vítimas quando sacou a arma e disparou cerca de sete vezes contra o empresário, que perdeu o controle da direção e bateu com a caminhonete em um poste.

Adriano morreu na hora e o adolescente foi baleado nas duas pernas, sendo encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande pelo Corpo de Bombeiros. Agnaldo Espinosa da Silva também recebeu atendimento médico por causa de uma fratura no braço.

Moon garante que estava fardado no momento do crime e seguia para o interior do Estado, onde estava escalado para trabalhar. Entre os pontos que geram dúvida sobre o caso, está a demora em decretar a prisão em flagrante do policial, instantes depois do crime, mesmo diante de todas as evidências colhidas no local.

Fonte - Topmidia

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.