Após presenciar agressões, vizinhos denunciam pai de adolescente autista

Vizinhos fizeram denúncia após presenciar e filmar o momento em que um pai dá socos, chutes e tenta enforcar o filho, um adolescente com transtorno do espectro autista. O vídeo foi feito no início desta semana, em um condomínio da região norte de Campo Grande. O Conselho Tutelar afirmou que a família é assistida pelos órgãos responsáveis

Preocupados, moradores encaminharam as imagens ao site Campo Grande News, ainda na noite da última terça-feira, dia 1º de agosto. De acordo com um vendedor, de 37 anos, que prefere não ser identificado, o homem agredindo o adolescente nas imagens, tem outros quatro filhos, todos autistas com idades entre 6 a 15 anos. O mais velho deles é quem aparece nas imagens.

“Isso acontece lá fora, imagina o que acontece lá dentro. E assim, lá dentro dessa casa, não dá nem para passar na frente, é um cheiro muito forte. Eles vivem em uma situação de podridão mesmo, é de carniça, não sei nem como eles conseguem viver lá dentro”, relatou.

Na noite em que as imagens foram gravadas, a PM (Polícia Militar) esteve no local e levou o homem até a delegacia, mas o pai foi liberado no mesmo dia. O morador ainda diz que os militares já foram chamados outras vezes, mas por não terem a prova das agressões, nada fizeram.

Segundo o vendedor, as agressões acontecem frequentemente quando o homem fica alcoolizado. Ainda de acordo com o vendedor, quando denúncias são feitas, os vizinhos são alvos de xingamentos. “Então assim, parece que de todos os lados está havendo omissão, né? Até algo mais grave acontecer”, disse.

Para a reportagem, o Conselho Tutelar da área central informou que a família é assistida pela rede de saúde e pelo Ministério Público. Ainda foi dito que, no dia da agressão, o pai não soube lidar com um surto do adolescente. O Conselho também afirmou que as agressões não acontecem com frequência e que há um desentendimento entre o pai das crianças e os vizinhos.

Devido aos surtos, o menino já precisou ser atendido e internado em um CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Apesar da situação, o Conselho Tutelar informou que está trabalhando para reconstruir os laços da família, para isso são realizadas visitas periodicamente. Depois dessa última agressão, a situação foi repassada ao Ministério Público.