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14/03/2017 às 07:00, Atualizado em 13/03/2017 às 22:15

MS tem dois empregadores em ‘Lista de Transparência’ do trabalho escravo

Duas fazendas totalizam 32 empregados em condições de escravidão.

Foi divulgada nesta segunda-feira (13) a Lista de Transparência sobre Trabalho Escravo Contemporâneo obtida através da LAI (Lei de Acesso à Informação) em esforço conjunto do Blog do Sakamoto, Repórter Brasil e o Instituto do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. A lista, que abrange o período de dezembro de 2014 a dezembro de 2016, inclui 2 empregadores de Mato Grosso do Sul cujos foi constatada a submissão de trabalhadores em condições análogas às de escravo.

De acordo com o relatório em 23 de março de 2016 foram encontrados 7 trabalhadores em tais condições na Fazenda Copacabana, localizada na zona rural de Guia Lopes da Laguna, sob responsabilidade do empregador Alfeu Nogueira Carbonaro. Já na Fazenda Mapal, em Anastácio, foram encontrados 25 empregados pela DNA Energética em 11 de maio de 2016. Clique aqui para ver a lista completa.

De acordo com dados divulgados pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho, Mato Grosso do Sul foi o quarto estado brasileiro com mais trabalhadores em condições de trabalho escravo libertados em 2016, com 82 pessoas resgatadas naquele ano. O mesmo relatório divulgado pela Revista Repórter Brasil anteriormente dão conta que em 2013 e 2014, Mato Grosso do Sul teve seis propriedades rurais flagradas com trabalhadores em condições análogas à de escravidão.

Conhecida como ‘lista suja’, o relatório foi criado em 2003 pelo governo federal e, de acordo com o Blog do Sakamoto, é considerada pelas Nações Unidas um dos principais instrumentos de combate ao trabalho escravo no Brasil. Além disso é um exemplo mundial de transparência à sociedade, se tornando mecanismo que levam empresas a colocar em prática políticas de responsabilidade social e gerenciar riscos de seus negócios.

Mais casos em MS

Pelos menos outros dois casos de trabalhadores submetidos à trabalho análogo à escravidão foram flagrados em operações no Mato Grosso do Sul. Em janeiro trabalhadores foram resgatados de uma fazenda em Bataguassu, após denúncia. No local, eles eram submetidos a trabalhos exaustivos e tinham de ficar em um alojamento sem energia elétrica. O espaço era dividido com galinhas, porcos e ratos. Além disso, a alimentação era precária e há suspeita de que os funcionários bebiam água contaminada com fezes de animais e agrotóxicos.

Outra operação flagrou 4 trabalhadores escravos em uma fazenda no Pantanal sul-mato-grossense. O caso chocou pelo fato de um idoso ter sido mantido por 20 anos como escravo. Ele e outros três homens foram socorridos na Operação Shemot que envolveu Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar Ambiental.

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