Publicado em 31/01/2023 às 13:04, Atualizado em 31/01/2023 às 12:06

De chaveiro a indústria, Lojas Americanas devem quase R$ 30 milhões para 49 credores de MS

Varejista está em recuperação judicial e tem dívidas com pessoas físicas e empresas de MS

Redação,
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Fachada das Lojas Americanas (Foto: Divulgação/Lojas Americanas)

Em recuperação judicial, a rede das Lojas Americanas deve atualmente mais de R$ 40 bilhões, dos quais, quase R$ 30 milhões são de credores de Mato Grosso do Sul. Por aqui, a empresa deixou dívidas com 49 empresas, que terão de aguardar o processo para receber.

A lista de credores foi anexada aos autos da recuperação judicial e mostra que, em Mato Grosso do Sul, as dívidas envolvem desde chaveiro até grandes fornecedores. E não estão concentradas apenas em Campo Grande, mas espalhadas em 23 municípios do Estado.

Entre as dívidas das Lojas Americanas em Mato Grosso do Sul estão grandes montantes, como R$ 21 milhões com uma indústria de papel até R$ 26 com um chaveiro de Campo Grande.

A distribuidora de alimentos SBM está na lista, com mais de R$ 1 milhão a receber. O gerente Diego Nascimento explica que fornecia para empresa há cerca de 20 anos, sendo a Lojas Americanas seu maior cliente.

Quem está na lista vai receber?

Presidente da Comissão de Direito Empresarial da OAB/MS, o advogado e professor Rafael Campos Macedo Britto explica que as empresas listadas no processo de recuperação judicial estão com crédito habilitado.

Isso não significa que irão receber automaticamente. "As empresas que estão na lista serão convocadas para uma assembleia geral de credores, que vai deliberar sobre o plano de recuperação judicial", explica o advogado.

No plano a ser apresentado, as Lojas Americanas terão de informar aos credores como pretendem pagar as dívidas e em quais prazos. Ainda de acordo com o advogado, se aprovado o plano, as empresas vão receber conforme o descrito. Caso não aprovem, a empresa vai à falência.

Empresas que têm valores a receber das Lojas Americanas, mas não constam na lista anexada no processo, têm prazo de 15 dias para fazer a habilitação do crédito. "A empresa precisa constituir advogado e se apresentar, para poder entrar na lista de valores a receber".

Diferença entre os credores das Americanas

Os credores já listados são divididos em categorias, que separa as pessoas físicas, jurídicas e entes federados. Essa separação será utilizada na assembleia geral de credores, para definir como será o pagamento.

"Tem a classe dos credores trabalhistas, dos credores com garantia real, das micro e pequenas empresas e os quirografários, que são os comuns. Dentro de cada classe, o plano precisa ser aprovado", explica o advogado e professor Rafael Campos Macedo Britto.

Assim como a maioria dos credores das Lojas Americanas, as empresas listadas de Mato Grosso do Sul estão na Classe III, que são os quirografários. No total, são 6.438 empresas nessa categoria, somando R$ 41 bilhões.

Sindicato de Campo Grande quer evitar demissões

Com seis unidades das Lojas Americanas só em Campo Grande e a possibilidade de fechamentos e demissões em massa, o sindicato dos trabalhadores procurou o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul).

Conforme o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio, Carlos Santos, o setor ainda se recupera das demissões ocorridas após o fechamento de 10 lojas da Eletrosom no Estado. Agora, a preocupação se volta para as Lojas Americanas.

Funcionários de unidades das Americanas em Campo Grande relatam ao sindicato que estão sendo remanejados para outras lojas na área central, pois suspeitam que algumas vão fechar as portas. Apesar do alerta, não houve comunicação oficial da empresa sobre possíveis demissões.

“Por enquanto, não temos previsão de demissões aqui. O que nós temos escutado de funcionário é que ficarão apenas duas lojas, [mas] da empresa mesmo não foi falado nada. Lógico que a gente tem essa percepção que seria uma perda muito grande, já tivemos fechamento repetindo da loja Eletrosom, e trouxe muitos danos essa nossa família comerciárias”.

Fonte - Midiamax