Publicado em 02/08/2022 às 16:51, Atualizado em 02/08/2022 às 16:43
Por Wilson Aquino
Num condomínio de classe média onde morava, um amigo contou que conheceu uma família que lhe pareceu feliz e exemplar. O marido, servidor público e a esposa professora, tinham dois filhos, um jovem de 17 anos e uma menina de 15. Depois de um tempo de amizade, ele percebeu uma mudança no comportamento do jovem, que passou a evitar o convívio com os demais colegas do residencial, inclusive nas partidas de voleibol e futsal. Preferia ficar isolado e parecia muito triste. O amigo teve pelo menos três boas oportunidades para conversar com aquele rapaz para saber o que o afligia, mas não o fez. Dias depois, o jovem tirou a própria vida.
O amigo então foi tomado por um profundo sentimento de culpa, remorso por não ter dado ouvidos à voz do Espírito Santo que o tocou (hoje ele sabe que que foi um sussurro do espírito) para conversar com aquele jovem e, quem sabe, salvar a sua vida.
“Ainda sinto um peso na consciência por não ter agido. Não ter feito o que deveria fazer por aquele jovem que deu sinais de socorro. Me arrependo de não ter feito nada para impedir o desfecho dessa triste história que abalou profundamente a família”. Assim me confidenciou o amigo que desde então procura fazer mais pelo próximo sempre que lhe surge oportunidade.
É isso que o Senhor espera de cada um de nós. Que amemos nosso próximo como a nós mesmos, e nos preocupemos e ajudemos as pessoas à nossa volta.
É preciso que você e eu trabalhemos para o estabelecimento de uma relação melhor com nossos parentes, amigos, vizinhos ou estranhos, não importa, pois afinal, todos somos (de fato) irmãos. Assim sendo, devemos ajudar uns aos outros.
Socorrer não apenas com bens materiais, mas também com palavras de compaixão, de amizade e companheirismo, que dão forças e esperança para o aflito e desesperançado continuar firme na sua difícil jornada.
Podemos e devemos ajudar nosso próximo com pão ou palavras de consolo e esperança. Esse sim é o grande propósito da vida e não o de juntar riquezas infinitas sem se importar em como vive nosso próximo. Pior ainda aqueles que exploram as pessoas para formar essas fortunas, como se tem visto no Brasil e no mundo ao longo da história.
Recentemente, em Mato Grosso do Sul e em outros Estados brasileiros, a justiça descobriu alguns ricos empresários que mantinham dezenas de pessoas em condições análogas à escravidão. Lamentável e triste situações como esta.
Também não é saudável enriquecer às custas do pagamento de baixos salários a pessoas e famílias quando se tem consciência de que esses serviços prestados valem muito mais do que recebem. É preciso mudança de mentalidade para se fazer justiça com aqueles que nos servem. Afinal, são pessoas e famílias que também buscam qualidade de vida e bem estar com o fruto de seu trabalho.
Nesses últimos tempos, além de guerras, surtos de doenças de toda ordem, pandemia e grandes catástrofes naturais, temos visto e vivido muitas situações difíceis. Mesmo assim, não podemos achar que devemos cuidar apenas de nossos interesses, pois assim como aquele amigo, podemos nos deparar com pessoas aflitas que precisam de nossa ajuda, mesmo que de uma simples palavra de conforto.
E amar o próximo como a nós mesmos não é por acaso. É lei de Deus. É Seu segundo maior mandamento. O primeiro é Amá-Lo acima de todas as coisas.
Então, isso implica dizer, insisto, que olhar e ajudar aquele próximo é uma obrigação de cada um de nós. Não podemos negligenciar esse ensinamento sendo desobedientes, omissos e egoístas.