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13/03/2017 às 11:00, Atualizado em 13/03/2017 às 12:35

Quase 1 milhão de mulheres e meninas são infectadas por HIV a cada ano

O relatório mostra que as mulheres são mais vulneráveis ao HIV que os homens.

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A violência doméstica e o abuso sexual ampliam o risco de propagação do vírus entre as mulheres. Foto: Banco Mundial / Trinn Suwannapha

Aproximadamente 1 milhão de mulheres se infectam por HIV a cada ano, e apenas metade daquelas que vivem com o vírus têm acesso a tratamento, o que torna a AIDS a principal causa de morte no mundo entre mulheres com idade entre 30 e 49 anos.

No Dia Internacional das Mulheres, o UNAIDS divulgou um novo relatório que mostra que há uma necessidade urgente de ampliar a prevenção ao HIV e o acesso a serviços de tratamento para mulheres e crianças.

O documento, denominado "Quando as mulheres lideram, as mudanças ocorrem", mostra que, globalmente, havia 18,6 milhões de mulheres e meninas vivendo com HIV em 2015, 1 milhão de mulheres e meninas recentemente infectadas com o vírus e 470 mil morrendo de doenças relacionadas à AIDS.

"Há cada vez mais mulheres demandando serviços de saúde e de prevenção ao HIV. Este movimento precisa crescer para permitir que as famílias prosperem, as sociedades floresçam e as economias progridam", disse o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé. "O direito das mulheres é direito humano — sem exceção".

O relatório mostra que as mulheres são mais vulneráveis ao HIV que os homens. A violência doméstica e o abuso sexual ampliam o risco de propagação do vírus entre elas.

Dados mostram que mulheres que enfrentam a violência de parceiros têm mais de 50% de chance de adquirir HIV.

A falta de acesso à educação e a serviços de saúde e a falta de poder de decisão também são fatores que contribuem para a vulnerabilidade das mulheres ao HIV. Em apenas 30% dos países há um igual número de meninas e meninos na escola secundária.

Na África Central e Ocidental, apenas um terço das meninas com idade entre 15 e 24 anos dizem ter poder de decisão sobre seu atendimento de saúde. Em Botswana, cada ano escolar cursado reduz o risco de infecção por HIV em 11,6% entre meninas.

"Fatores estruturais, comportamentais e biológicos compõem o risco de infecção pelo HIV entre mulheres", disse Sidibé.

"Cada menina precisa ter a chance de ficar na escola, cada jovem deveria ter o poder de decisão sobre sua própria saúde sexual e reprodutiva e todas as mulheres e meninas devem poder se proteger contra o HIV".

Em 2016, a comunidade internacional se comprometeu a reduzir o número de novas infecções entre meninas adolescentes e jovens mulheres de 390 mil em 2015 para abaixo dos 100 mil em 2020, com o objetivo de garantir que elas tenham habilidade, conhecimento e capacidade para se proteger contra o HIV e garantir que 90% das jovens em necessidade tenham acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva em combinação com opções de prevenção ao vírus até 2020.

Os países também se comprometeram a garantir que 90% das mulheres vivendo com o HIV tenham conhecimento de sua situação, 90% das mulheres vivendo com HIV que já o sabem tenham acesso ao tratamento e 90% das mulheres em tratamento tenham suprimido a carga viral até 2020.

Esses esforços permitirão que a AIDS deixe de ser uma ameaça à saúde pública até 2030 como parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Para atingir esses objetivos, serão necessários esforços intensos, combinando uma série de serviços de saúde e mudanças estruturais. Isso inclui garantir que as meninas possam acessar e continuar na escola, que leis punitivas e discriminatórias sejam reformadas e que meninas e mulheres sejam empoderadas econômica e socialmente para garantir seu total controle sobre sua saúde sexual e reprodutiva.

Os serviços de saúde também precisam ser integrados. Tornar uma série de serviços de saúde sexual e reprodutiva disponível para jovens mulheres e adolescentes sem discriminação e sem a necessidade de consentimento dos pais melhora o acesso a serviços para o HIV e doenças relacionadas como tuberculose, hepatite e câncer cervical.

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