Publicado em 14/02/2023 às 06:37, Atualizado em 13/02/2023 às 16:39
O movimento Sleeping Giants Brasil tem impulsionado o #DesmonetizaJovemPan para que os patrocínios à emissora sejam cancelados
A Jovem Pan vem acumulando perdas financeiras expressivas desde que entrou na mira da "caça às fake news". A emissora perdeu cerca de R$ 837.747,28 em um único mês devido à campanha criada pela Sleeping Giants Brasil para que empresas privadas deixem de patrocinar canais e veículos que propaguem discurso de ódio.
O movimento ingressou em janeiro deste ano com uma ação no Tribunal de Justiça de São Paulo solicitando que o Google Brasil salve os 2.390 vídeos publicados no canal da Jovem Pan no YouTube.
Segundo eles, a empresa estaria apagando conteúdos veiculados com discursos de ódio e ataque às urnas eletrônicas, além de informações falsas sobre a vacina contra a Covid-19 e incitação ao ódio. No levantamento feito pelos ativistas, a emissora já teria deletado 417 vídeos.
De acordo com o The Intercept Brasil, uma troca de e-mails entre executivos do Grupo Jovem Pan mostra a insatisfação dos diretores com a perda frequente de receitas em anúncios publicitários.
Em uma das mensagens anexadas no processo da JP contra o Sleeping Giants, uma supervisora de mídia da Toyota no Brasil pediu a "suspensão imediata" das propagandas que já estavam contratadas para veiculação na emissora. Com isso, a Jovem Pan deixou de faturar R$ 109.113,28.
Em outro e-mail, a montadora de carros chinesa Caoa Chery também rompeu um contrato publicitário com perda equivalente a R$ 728.634,00. As mensagens foram encaminhadas do departamento comercial para os advogados da empresa. "Vejam o tamanho do dano", lamentou o diretor jurídico.
No processo, os advogados da Jovem Pan escreveram que a emissora é vítima de perseguição e pediram a remoção imediata de todo conteúdo utilizado na #DesmonetizaJovemPan. Caso a decisão não fosse cumprida, a defesa também pediu multa de R$ 20 mil por dia.
No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo não acatou em primeira instância a liminar proposta pela emissora. A Jovem Pan entrou com um novo recurso pedindo a suspensão imediata, o que também foi negado pela Justiça.