Publicado em 14/04/2023 às 10:00, Atualizado em 14/04/2023 às 11:27

Demissões sem fim na Globo afetam artistas e jornalistas em outras emissoras

Profissionais da concorrência ficam sob pressão por temer redução de salário e desemprego

Redação,

O Sala de TV conversou com profissionais de redação do SBT, Record e Band para repercutir a onda de demissões na Globo, GloboNews e SporTV.

Todos afirmaram que a reestruturação no mais rico e influente grupo de comunicação do País vai impactar as relações de trabalho nas outras grandes redes de TV. Preveem um possível efeito dominó.

Há expectativa de enxugamento de equipes de jornalismo e corte no elenco de artistas, além de redução salarial na renovação do contrato de quem tiver o privilégio de manter vínculo longo.

“Os diretores agora têm o argumento perfeito: ‘se até a Globo está cortando, nós podemos cortar também’”, disse uma fonte ao blog.

Não existe clima de pânico entre jornalistas, apresentadores e atores dos três canais, porém, os talentos manifestam preocupação com o futuro.

Quem eventualmente for demitido terá mais dificuldade de se recolocar no mercado e será obrigado a aceitar salário mais baixo.

Hoje, por exemplo, excelentes jornalistas dispensados da Globo nos últimos 2 anos buscam uma vaga na TV. Poucos foram bem-sucedidos até agora.

Uma exceção é o âncora Carlos Tramontina, contratado pela CNN Brasil exatamente 12 meses após deixar a emissora carioca, onde trabalhou por 43 anos.

A maioria dos veteranos demitidos pela Globo, infelizmente, não vai conseguir igual espaço em um canal importante. Cientes, alguns se movimentam para produzir conteúdo na internet a fim de ter nova fonte de renda.

Situação igualmente instável atinge estrelas das novelas. Fora da Globo, muitas delas terão de engolir a seco o preconceito em relação a produções bíblicas e bater na porta da Record.

Poderão ainda disputar papéis nos poucos canais pagos e plataformas de streaming que investem em teledramaturgia nacional. Ganhando menos e sem o gigantesco status de antes.

O mercado de televisão vive um choque de realidade resultante das dificuldades financeiras das emissoras. Os profissionais que atuam na frente e atrás das câmeras se equilibram na corda bamba.